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Ansiedade

 

Transtorno de ansiedade generalizada: sintomas, tratamentos e causas

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ansiedade é uma reação normal do ser humano diante de situações que podem provocar medo, dúvida ou expectativa. No entanto, quando esse sentimento persiste por longos períodos de tempo e passa a interferir nas atividades do dia a dia, a ansiedade deixa de ser natural e passa a ser motivo de preocupação. Esse, na verdade, é o principal sintoma do Transtorno da ansiedade generalizada (TAG), um distúrbio caracterizado pela “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”, de acordo com a quarta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV).

 

Causas

O transtorno da ansiedade generalizada é uma doença comum. Tal como acontece com muitas condições de saúde mental, não se sabe ao certo o que causa esse distúrbio.

Acredita-se, porém, que o transtorno da ansiedade generalizada esteja diretamente relacionado a alguns neurotransmissores que ocorrem naturalmente em nosso cérebro, a exemplo da serotonina, dopamina e norepinefrina. Outra crença é a de que um conjunto de fatores possam estar envolvidos nas razões pelas quais um indivíduo possa vir a apresentar a doença, entre eles genética e fatores externos, como o estresse do dia a dia e a qualidade de vida da pessoa.

Algumas condições físicas também podem ser associadas à ansiedade. Os exemplos incluem:

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Fatores de risco:

Gênero

Mais do que o dobro do número de casos de transtorno de ansiedade generalizada ocorre em mulheres. Acredita-se que uma combinação de fatores, como mudanças hormonais e maior exposição ao estresse, possam agravar esse quadro.

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Trauma na infância

As crianças que sofreram abuso ou algum tipo de trauma, ou que até mesmo testemunharam eventos traumáticos, estão em maior risco de desenvolver transtorno de ansiedade generalizada em algum momento da vida.

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Doenças concomitantes

Ter uma condição crônica de saúde ou doença grave, como o câncer, pode levar à constante preocupação com o futuro, ao tratamento e questões financeiras. Estresse do dia a dia pode desencadear no transtorno também.

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Personalidade

As pessoas com alguns tipos de personalidade são mais propensas a transtornos de ansiedade do que outras. Além disso, alguns transtornos de personalidade, como o Borderline, também podem estar ligados ao TAG.

 

Genética

O transtorno de ansiedade generalizada também pode estar no sangue. Mais de uma pessoa da mesma família pode apresentar esse distúrbio.

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Abuso de substâncias

Uso excessivo de drogas ou álcool pode piorar e até levar ao transtorno de ansiedade generalizada. A cafeína e a nicotina, presente no cigarro, também podem aumentar a ansiedade e conduzir o indivíduo à doença.

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Sintomas de Transtorno de ansiedade generalizada

O principal sintoma do transtorno de ansiedade generalizada é a presença quase permanente de preocupação ou tensão, mesmo quando há poucos motivos ou quando não existe um motivo algum para isso. As preocupações parecem passar de um problema para outro, como questões familiares, amorosas, relacionadas ao trabalho, à saúde ou de várias outras origens.

Mesmo quando as pessoas com esse transtorno têm consciência de que suas preocupações ou medos são mais fortes do que o necessário, elas ainda têm dificuldade para controlar essas reações.

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Outros sintomas de ansiedade incluem:

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  • Dificuldade de concentração

  • Fadiga

  • Irritabilidade

  • Problemas para adormecer ou para permanecer dormindo e um sono que raramente é revigorante e satisfatório

  • Inquietação, geralmente ficando assustado com muita facilidade.

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Além das preocupações e ansiedades, diversos sintomas físicos também podem se manifestar, incluindo tensão muscular (tremedeira, dores de cabeça) e problemas de estômago, como náusea ou diarreia

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Fonte:

Minha Vida

Disponível em: <<https://www.minhavida.com.br/saude/temas/transtorno-de-ansiedade-generalizada>>

Acessado em: 11 de set.  2018.

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Ansiedade
Depressao
Depressão

 

 

​Significados do termo "depressão"

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O termo depressão, na linguagem corrente, tem sido empregado para designar tanto um estado afetivo normal (a tristeza), quanto um sintoma, uma síndrome e uma (ou várias) doença(s).

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Os sentimentos de tristeza e alegria colorem o fundo afetivo da vida psíquica normal. A tristeza constitui-se na resposta humana universal às situações de perda, derrota, desapontamento e outras adversidades. Cumpre lembrar que essa resposta tem valor adaptativo, do ponto de vista evolucionário, uma vez que, através do retraimento, poupa energia e recursos para o futuro. Por outro lado, constitui-se em sinal de alerta, para os demais, de que a pessoa está precisando de companhia e ajuda. As reações de luto, que se estabelecem em resposta à perda de pessoas queridas, caracterizam-se pelo sentimento de profunda tristeza, exacerbação da atividade simpática e inquietude. As reações de luto normal podem estender-se até por um ou dois anos, devendo ser diferenciadas dos quadros depressivos propriamente ditos. No luto normal a pessoa usualmente preserva certos interesses e reage positivamente ao ambiente, quando devidamente estimulada. Não se observa, no luto, a inibição psicomotora característica dos estados melancólicos. Os sentimentos de culpa, no luto, limitam-se a não ter feito todo o possível para auxiliar a pessoa que morreu; outras idéias de culpa estão geralmente ausentes.

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Enquanto sintoma, a depressão pode surgir nos mais variados quadros clínicos, entre os quais: transtorno de estresse pós-traumático, demência, esquizofrenia, alcoolismo, doenças clínicas, etc. Pode ainda ocorrer como resposta a situações estressantes, ou a circunstâncias sociais e econômicas adversas.

Enquanto síndrome, a depressão inclui não apenas alterações do humor (tristeza, irritabilidade, falta da capacidade de sentir prazer, apatia), mas também uma gama de outros aspectos, incluindo alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas (sono, apetite).

Finalmente, enquanto doença, a depressão tem sido classificada de várias formas, na dependência do período histórico, da preferência dos autores e do ponto de vista adotado. Entre os quadros mencionados na literatura atual encontram-se: transtorno depressivo maior, melancolia, distimia, depressão integrante do transtorno bipolar tipos I e II, depressão como parte da ciclotimia, etc.

[...]

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Fonte:

Revista Brasileira de Psiquiatria Conceito e Diagnóstico

Disponível em <<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44461999000500003>>

Acesso em: 11 de setembro de 2018.

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Relacionamentos
Relacionamentos

 

Os relacionamentos amorosos na contemporaneidade sob a óptica dos adultos jovens

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Os relacionamentos amorosos da atualidade, em comparação aos relacionamentos do final do século XIX, têm assumido diferentes configurações. Vários aspectos influenciaram essas mudanças percebidas na atualidade. Nesse contexto, questiona-se: o que é o amor? Sabe-se que essa ideia pode variar conforme a cultura, vivência e percepção que cada indivíduo tem desse sentimento. Para Rosset (2004), o amor não tem significado único, ele costuma ser definido de acordo com a subjetividade de quem vivencia o sentimento.  Ainda que existam diversas concepções sobre o amor, a maioria é contaminada por ilusões românticas e idealizações com muitas expectativas no que diz respeito ao outro.

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Considerando a perspectiva de Ferry (2007), as uniões se amparam, atualmente, apenas nos sentimentos de amor. Como há uma nova ordem que se estabelece, basta que o amor se apague para findar uma relação. Com isso, abre-se um espaço para que outro amor se imponha, justificando o aumento da troca de parceiros nos relacionamentos entre jovens.

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Na pesquisa desenvolvida por Chaves (2010), discutiu-se a heterogeneidade das percepções de jovens sobre os relacionamentos amorosos na atualidade. A análise do material mostra que não há uma homogeneidade nas opiniões sobre as percepções, as quais variam entre dois extremos: de um lado, há aqueles que veem os relacionamentos como semelhantes aos de outrora, e, de outro, os que percebem o campo amoroso como desordenado, instável, inseguro e frágil.

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Já no estudo de Falcke e Zordan (2010), buscou-se investigar a opinião de adultos jovens sobre romantismo, família, papéis conjugais e permissividade sexual, comparando as opiniões de homens e mulheres. Os resultados indicaram que o casamento continua desejado pelos adultos jovens, apesar de não estar entre seus principais projetos de vida. O amor é importante, mas não é mais percebido como eterno e exclusivo. A avaliação dos papéis conjugais reflete a transição entre velhos e novos modelos.

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Nesse sentido, torna-se importante compreender por que os jovens estão estabelecendo relações efêmeras. Será pelo ritmo acelerado de vida que nos é exigido diariamente? Ou pela satisfação dos desejos e dos impulsos? Será pelo medo de sofrer na relação? Ou pelo individualismo? Ou trata-se de frustração, pelo fato de o parceiro não corresponder às expectativas e aos ideais da relação? Ou pela procura da pessoa ideal?

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Inevitavelmente, a compreensão da transformação das relações interpessoais, entre elas a relação amorosa entre duas pessoas, só é possível ao se considerarem as transformações sociais que configuram a família na contemporaneidade. De acordo com Giddens (2002), na modernidade avançada, a família atribui importância significativa ao processo de individualização e não privilegia o investimento no coletivo.

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Na atualidade, é possível observar que os adultos jovens estão estabelecendo relações amorosas de curta duração. Essas relações podem durar apenas algumas horas, alguns dias, semanas ou meses, o que, neste estudo, será compreendido como relações transitórias, enquanto as relações que perduram pelo menos por um ano serão denominadas estáveis ou duradouras.

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Entre as novas formas de se relacionar, também se pode observar a troca frequente de parceiros nos relacionamentos entre jovens. Assim, com o intuito de compreender melhor o significado desse fenômeno para os próprios jovens, buscou-se conhecer a percepção do adulto jovem a respeito dos relacionamentos amorosos na contemporaneidade, elucidar sua percepção quanto à dinâmica das relações afetivas e identificar as expectativas dos jovens quanto aos seus relacionamentos amorosos. [...]

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Por: Luciane Najar Smeha; Micheli Viera de Oliveira

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Fonte: 

PEPSIC-Periódico Eletrônico em Psicologia

Disponível em: <<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872013000200003>>

Acesso em: 11 de setembro de 2018.

Trauma
Trauma

 

​Trauma e perturbação de stress pós traumático

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O conceito de trauma provém da palavra grega τραῦμα (ferida) tendo sido utilizado nos seus primórdios, na área da medicina, como uma forma de explicação e diagnóstico dos ferimentos expostos no corpo dos pacientes. Porém, a utilização do conceito de trauma, na verdade este conceito foi alargada a outras áreas, nomeadamente a Psicologia, tendo-se relevado particularmente importante para a explicação e compreensão das mais diversas patologias. Ao falarmos sobre o conceito de trauma existe a tendência para o ligarmos automaticamente aos seus primórdios e a esta noção de ferida exposta, algo que é provocado por um acontecimento exterior e que infligiu dano no indivíduo. Pensamos no conceito de trauma como predominantemente externo, que ultrapassa, pela sua gravidade e/ou intensidade as defesas do indivíduo. É a esta noção de trauma, proveniente da medicina, que a Psicologia vai adoptar para explicar o trauma psíquico. Por trauma psíquico entendemos qualquer acontecimento que, tal como acontece no trauma físico, não é controlável pelo indivíduo e que devido à sua imprevisibilidade, intensidade e gravidade provoca uma experiência intensa com que o mesmo não consegue lidar e que vai para além dos mecanismos de defesa que utiliza no dia-a-dia (Sandler, 1991). O indivíduo é confrontado com um acontecimento que não conseguiu prever e que, pelo seu factor surpresa, o coloca numa posição de impotência, angústia, medo e desamparo, sentindo que não possui as capacidades ou aptidões necessárias para lhe fazer face. Podemos assim entender o conceito de trauma psíquico, de uma forma geral, como o “acontecimento na vida do indivíduo que se define pela sua intensidade, pela incapacidade em que se encontra o indivíduo de lhe responder de forma adequada, pelo transtorno e pelos efeitos patogénicos que provoca na organização psíquica” (Laplanche & Pontalis, 1970) Contudo, para uma compreensão mais profunda do conceito de trauma é igualmente importante analisar a experiência que o acontecimento traumático acarreta para o indivíduo, sendo importante perceber o funcionamento psíquico do mesmo e as modificações que advêm do acontecimento traumático. São estas mesmas modificações no funcionamento psíquico do indivíduo que provêm não apenas do acontecimento traumático, mas sobretudo da sua experiência, que importa compreendermos para percebermos o trauma e as suas consequências, nomeadamente a nível patológico.

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Os efeitos patogénicos desencadeados por um acontecimento traumático estes encontram-se sobretudo ligados a reacções de resposta ao stress que podem ser momentâneas e portanto apresentarem uma duração relativamente curta, ou que se prolongam no tempo dando origem a diversas patologias como é o caso da perturbação de stress pós-traumático. A perturbação de stress pós-traumático (PTSD) tem a sua origem epidemológica em 1980, enquanto entidade nosológica reconhecida pela Associação Americana de Psiquiatria (APA, 1980), no seguimento de algumas dificuldades forenses relacionadas com o aumento do número de mortes entre ex-combatentes. Surgindo a necessidade de explicação deste aumento, verificando-se que o mesmo estaria ligado às neuroses de guerra ou traumas de guerra, já anteriormente estudados em Psicologia. No caso específico desta perturbação em ex-combatentes foram sobretudo os estudos desenvolvidos entre as décadas de 60 e 70 com ex-combatentes da Guerra do Vietname que estiveram na base do reconhecimento científico desta perturbação. Porém, poucos são os estudos desenvolvidos em Portugal sobre a incidência desta patologia em ex-combatentes da Guerra Colonial Portuguesa. A nível científico, de acordo com um estudo realizado por Albuquerque et. al (2003), 75% da população portuguesa revela já ter sido exposta a pelo menos um acontecimento traumático ao longo da vida, sendo que 43,5% da população revela já ter sido exposta a mais do que um acontecimento traumático durante a vida. De acordo com o mesmo estudo, a taxa de prevalência da perturbação de stress pós-traumático em Portugal é de cerca de 7,87% da população (Albuquerque, Soares, Jesus, & Alves, 2003, p. 309). Apesar de não ser possível considerar esta perturbação como a regra mas sim como a excepção, existe em Portugal uma larga percentagem de ex-combatentes da Guerra Colonial diagnosticados com esta patologia, existindo contudo poucos estudos que o contemplem. No único estudo epidemiológico realizado na população portuguesa, Albuquerque et. al (2003) verificou que a prevalência da perturbação de stress pós-traumático com origem em traumas de guerra é de 66,475 casos (Albuquerque, Soares, Jesus, & Alves, 2003, p. 309). Posto isto, a presente investigação tem como principal objectivo aprofundar o conhecimento existente sobre os acontecimentos traumáticos que originaram o trauma em excombatentes da Guerra Colonial Portuguesa, bem como a perturbação de stress pós-traumático presente nesta população. Procurou-se sobretudo aceder a uma análise compreensiva do funcionamento psíquico associado à experiência traumática subjectiva que envolve o trauma e nas suas consequências, como é o caso da vulnerabilidade traumática.

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Esta investigação encontra-se organizada em quatro partes distintas. A primeira parte visa a discussão crítica do conceito de trauma psíquico, a sua origem e evolução focando-se numa perspectiva psiquiátrica e cognitivo-comportamental do trauma, dando enfase ao acontecimento externo e às consequências do mesmo. A segunda parte assenta sobretudo numa perspectiva psicanalítica do trauma procurando explorar o conceito incidindo não só no acontecimento externo, mas também a experiência interna e o seu impacto no funcionamento psíquico do indivíduo. A terceira parte aborda duas perspectivas psicanalíticas sobre o trauma, sendo elas: Freud e Ferenczi. Por último, na quarta parte será analizada a perturbação de stress póstraumático, através da análise dos estudos realizados nesta área em Portugal

 

 

Fonte:  ISPA - Instituto Universitário Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida. "Trauma e perturbação de stress pós traumático"; Disponível em <<http://repositorio.ispa.pt/bitstream/10400.12/2296/1/15028.pdf>> Acesso em: 19 de setembro de 2018.

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Psicoterapia
Psicoterapia 

 

Uma introdução à psicoterapia

 

A Psicoterapia é um método terapêutico, uma aplicação dos conhecimentos de diversas áreas da Psicologia (Psicologia do Desenvolvimento, Psicopatologia, etc) na construção de uma prática  também conhecida como Psicologia Clínica.

 

A psicoterapia é um valioso recurso para lidar com as dificuldades da existência em todas as formas que o sofrimento humano pode assumir, como transtornos psicopatológicos, distúrbios psicossomáticos, traumas, crises existenciais, conflitos interpessoais, estados de sofrimento etc.

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A psicoterapia é também um espaço favorável ao crescimento e amadurecimento, um lugar/tempo/modo privilegiado de criar intimidade consigo mesmo, de estabelecer diálogos construtivos e transformar padrões estereotipados de funcionamento, restabelecendo o processo formativo e criativo de cada um.

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A Psicoterapia oferece uma oportunidade de compreender e mudar os padrões relacionamento interpessoal. Os problemas vinculares são fonte de incontáveis sofrimentos, favorecendo a ocorrência de inúmeras doenças e sofrimentos.

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Em alguns casos, a Psicoterapia cumpre também uma função de educação para a vida, oferecendo um espaço de aprendizado, com instrumentos e conhecimentos que podem ajudar na orientação e condução da vida. Esta função torna-se fundamental em situações de desestruturação decorrente de crises ou casos de imaturidade psicológica, quando a pessoa se sente verdadeiramente inapta para lidar com os enfrentamentos e dificuldades em sua vida. 

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Algumas aplicações da psicoterapia

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A psicoterapia é um processo que permite transformações profundas da pessoa, com resultados evidentes em diversas situações como:

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  • tratamento de transtornos psicológicos como transtorno do pânico, fobias, transtorno dissociativo, depressão, anorexia, estresse pós traumático etc.

  • tratamento de transtornos de personalidade  como transtorno borderline, transtorno esquizóide, transtorno paranóide, etc 

  • trabalho sobre conflitos pessoais, conjugais, familiares, interpessoais e grupais que podem produzir ou contribuir para o sofrimento psicológico. 

  • elaboração de crises existenciais, de transições difíceis (luto, crises profissionais, etc) e dificuldades nas mudanças de fases de vida (puberdade, adolescência, vida adulta, menopausa, envelhecimento, etc.)

 

A Psicoterapia pode trazer enormes benefícios como:  

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  • desenvolvimento da capacidade de autogerenciamento, ensinando a dialogar com os estados internos, a regular os estados emocionais e adquirir autonomia.

  • desenvolvimento da capacidade de auto-observação, auto-reflexão e mentalização

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  • sair dos padrões estereotipados e criar novas narrativas de si,novos modos de compreender e conduzir a própria vida

  • desenvolver habilidades interpessoais como capacidade empática – saber se colocar no lugar do outro -, capacidade de comunicação,  assertividade, resolução de conflitos, etc.  

  • fortalecimento psicológico – ampliação da resiliência –  para aumentar a tolerância e a capacidade de crescer com as dificuldades que a vida apresenta.

  • favorecer um estado de saúde integrado, físico, psicológico e social.

  • auxiliar na busca de um sentido existencial para a vida

  • amadurecimento psicológico

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Uma abordagem integrada

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A Psicologia Clínica ocupa um lugar fundamental na área da saúde, por oferecer uma visão integrada do ser humano, incluindo as dimensões psíquica, orgânica, social e espiritual agindo conjuntamente na produção da existência humana, assim como de seus equilíbrios e desequilíbrios.

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Não é possível hoje se falar em “doenças orgânicas” sem uma consideração pela dimensão psicológica e emocional, sendo evidente a natureza psicossomática da existência humana.

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Já há algum tempo as pesquisas científicas tem demonstrado que as experiências de vida influenciam diretamente o processo de ativação genética, assim como influenciam as mudanças estruturais que ocorrem no cérebro. Deste modo torna-se cada vez mais artificial a distinção entre doenças mentais e doenças orgânicas (1). 

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Cada ser humano – psicossomático por natureza – vive uma história de interações, encontros e acontecimentos em que as doenças, quer se manifestem mais no corpo ou na “mente”, sofrem forte influência dos desequilíbrios existenciais e de soluções inadequadas de vida. Os aspectos psicológicos participam não somente da formação de muitas doenças como tem um papel fundamental na sua recuperação.  A psicoterapia oferece recursos importantes para uma compreensão mais ampla do processo de adoecimento assim como estratégias para uma vida mais saudável e integrada.

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As abordagens teóricas

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Há diversas escolas teóricas na Psicologia que podem ser agrupadas em cinco principais perspectivas, com seus ramos e derivações:

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– Psicodinâmica (Psicanálise, Psicologia Analítica, etc)

– Humanista (Gestalt, Psicodrama, etc)

– Corporal (Reichiana, Bioenergética, etc)

– Cognitivo-comportamental

– Sistêmica 

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A diversidade decorre tanto da complexidade do tema – a psique humana – como da origem e desenvolvimento da Psicologia a partir da influência de diferentes ramos do conhecimento, da Filosofia, da Medicina, das Religiões, etc.

No geral, todas as diferentes abordagens teóricas em Psicologia apresentam alguns elementos básicos. Todas, por exemplo, contém uma teoria que busca explicar: (1) o funcionamento mental, (2) o desenvolvimento humano, (3) os processos de adoecimento psicológico (psicopatologia) e (4) como acontece o processo terapêutico.

Ultimamente tem sido comum que terapeutas de uma abordagem teórica utilizem técnicas originadas em outras escolas. A busca de melhores resultados na clínica parece estar promovendo estes intercâmbios. Isto parece indicar um movimento de integração entre as diferentes abordagens teóricas na Psicologia. 

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Os tipos de psicoterapia

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Há alguns tipos de psicoterapia, conforme as necessidades e a configuração dos problemas, sendo os principais:

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  • Psicoterapia Individual para crianças, adolescentes, adultos e idosos.

  • Psicoterapia de Grupo

  • Psicoterapia de Casal 

  • Psicoterapia de Família

  • Psicoterapia Institucional

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Os prazos variam com os objetivos

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Um século de pesquisas e desenvolvimento permitem que a Psicoterapia alcance resultados cada vez maiores e mais significativos.

No geral, os prazos de tratamento são relativos aos objetivos almejados e à gravidade do problema.

Há vários desenvolvimentos recentes em psicoterapias breves, que são focadas em objetivos específicos. Atualmente é possível atingir resultados significativos em períodos de 6 a 12 meses e há processos terapêuticos profundos que se encerram satisfatoriamente em prazos inferiores a 3 anos.

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Há casos que demandam um trabalho terapêutico mais longo, geralmente com problemática mais séria, envolvendo traumas precoces, desorganização psicológica, imaturidade psicológica etc.

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Algumas pessoas encontram na terapia um ambiente fundamental de acompanhamento de seu processo de vida, de auto-conhecimento e desenvolvimento pessoal, onde são trabalhadas transformações profundas ao longo de vários anos. São situações em que o processo terapêutico não tem um prazo definido, em comum acordo entre o profissional e o cliente.

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Apesar de poder parecer, à primeira vista, um tratamento oneroso em termos de tempo e dinheiro, a psicoterapia tem se mostrado, na realidade, um modo econômico de tratamento. Pesquisas indicam, por exemplo, que a psicoterapia diminui os índices de consumo de medicamentos, de internações hospitalares, de faltas no trabalho, etc(2). A psicoterapia tem se mostrado também um tratamento economicamente compensador por prevenir e tratar problemas psicológicos que, quando não tratados, trazem enormes prejuízos financeiros para a pessoa, sua família  e mesmo para a economia do país (3).

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Os tratamentos psicológicos demonstram uma grande potência de transformação das vidas, compensando os investimentos realizados.

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O vínculo na psicoterapia

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O ser humano nasce, cresce e vive em ambientes vinculares . Destes ambientes depende seu bem estar e suas realizações na vida. Os problemas vinculares – da primeira infância à terceira idade – afetam profundamente a capacidade que as pessoas têm de amar, trabalhar e viver. A psicoterapia é um espaço para se esclarecer e transformar estas dificuldades vinculares. Este processo ocorre através de uma relação saudável com um profissional eticamente comprometido e tecnicamente qualificado.

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A base de uma boa terapia está na relação terapêutica. A boa terapia se desenrola num enquadre clínico com um vínculo que favorece este processo. Aí está um dos segredos desta arte  e ciência: criar um ambiente que permita a revelação do mundo interno e favoreça o desenvolvimento do processo singular de cada um. Neste clima é possível que o ser mais oculto e amedrontado  se mostre, seja ouvido e transforme-se, que o processo formativo possa prosseguir formando vida.

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Por que a psicoterapia funciona ?

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As pesquisas demonstram uma grande eficácia da psicoterapia (4).Mesmo as recentes tecnologias de mapeamento cerebral têm permitido demonstrar como o tratamento psicológico age transformando o funcionamento cerebral. A eficácia do tratamento psicológico, que já era conhecida há várias décadas, tem sido corroborado recentemente pelos novos conhecimentos das neurociências (5).

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Existem centenas de livros e pesquisas explorando e explicando porque a psicoterapia funciona. Porém, como simples exercício de compreensão, vamos listar alguns motivos para tentar entender um pouco sobre a efetividade da psicoterapia.

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No início da lista, organizada num continuum que vai do mais simples ao mais complexo, temos aqueles motivos que são comuns a outras relações de ajuda, mesmo não profissionais, como uma conversa íntima com um amigo, uma conversa sobre um problema pessoal com um professor, um médico, etc. Avançando na lista vamos chegando aos motivos que são próprios da psicoterapia, até aqueles que lhe são exclusivos – possíveis pelo meticuloso treinamento teórico e técnico adquirido pelo psicólogo em sua trajetória de formação profissional.

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Eis alguns motivos pelos quais a psicoterapia funciona:

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1 Ao dividir um problema você passa a ter “meio” problema. Compartilhar ajuda a aliviar a carga emocional e o sofrimento

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2 Os vínculos de ajuda têm um poder curativo. É mais fácil superar as dores através de uma relação autêntica de respeito mútuo do que sozinho. A relação terapêutica é uma relação de ajuda, de compreensão e apoio.

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3 O psicólogo clínico (psicoterapeuta) é um outro , com o olhar e a perspectiva de um outro, o que lhe ajudará ver a sua vida de um modo diferente, lhe fazer perguntas diferentes, ajudá-lo a perceber as coisas de um ângulo que você não tinha visto antes e nem suspeitava ser possível. Assim, a psicoterapia faz você parar para refletir sobre a própria vida e seu funcionamento mental. Parar, observar e refletir permite muitas mudanças de orientação, sentido, rumo e aprofundamento da experiência de vida.

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4 O psicoterapeuta conhece teorias psicológicas que ajudam na compreensão do que ocorre com você, auxiliam a identificar o que pode estar errado em sua vida, a direção que você está seguindo e as mudanças de rumo necessárias. A partir de seu conhecimento, o psicólogo pode apontar o que olhar, como olhar e o que fazer com o que se descobre, para que estas descobertas possam ser construtivas em sua vida.

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5 O psicoterapeuta conhece métodos de investigação que tornam possível descobrir aspectos da sua personalidade que seriam inacessíveis a uma observação não treinada ou a uma conversa comum. Há um amplo espectro de técnicas de investigação psicológica que permitem esclarecer problemas de modo extremamente eficaz.

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6 O psicoterapeuta domina técnicas terapêuticas que ajudam a realizar mudanças psicológicas.

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7 O psicoterapeuta está preparado para te compreender a partir do vínculo que você estabelece com ele, das respostas emocionais que você suscita nele. Em seu treinamento ele afinou a si mesmo como instrumento de trabalho para reconhecer pequenas nuances do que você mostra na relação com ele (e consequentemente com “os outros”) e assim poder compreender seus modos de vinculação e suas dificuldades nos relacionamentos.

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8 O psicoterapeuta é capaz de oferecer uma presença autêntica no vínculo com você. Esta relação funciona como catalisador de processos de mudança necessários em sua vida, incluindo a superação dos efeitos de traumas de relacionamentos anteriores.

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9 O psicoterapeuta passou por todos estes passos anteriores, tendo estado em todos os papéis, como paciente, como profissional e como observador, o que o habilita a “sentir-se em casa” em situações difíceis, poder caminhar por terrenos inóspitos, cheios de sofrimento e problemas emocionais e saber ajudar seu paciente a encontrar um caminho de melhora.

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10 O psicoterapeuta inicia seu paciente num caminho de transformação pessoal. Isto é possível porque o psicoterapeuta tem um know-how, um saber fazer que vai além do conhecimento formal, da teoria e da técnica. É um saber baseado na experiência, experiência pessoal e experiência clínica.

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Esta lista poderia ser estendida e aprofundada, mas pretendemos com ela apenas dar uma ideia ao público leigo da natureza do trabalho da Psicologia Clínica numa linguagem diferente daquela do universo teórico, técnico e científico habitual na Psicologia.

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Um caminho de mudança

 

O processo terapêutico é como atravessar um túnel. Neste túnel você vai rever muitas cenas da historia da sua vida de um ângulo completamente novo, fazendo conexões inusitadas entre os eventos e percebendo a potência do passado para moldar quem você é hoje e a potência do presente para construir novas possibilidades de vida.

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Na travessia deste túnel você vai aprender a reconhecer os seus padrões de comportamento que levam você a se comportar de modo parecido em situações diferentes, muitas vezes “repetindo os mesmos erros”. Você vai aprender a reconhecer o “como” do seu comportamento, como você age,como se relaciona, como pensa,como sente e vai aprender caminhos para poder influenciar e transformar estes padrões.

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Esta é uma travessia acompanhada, acompanhada de alguém que pode ajudar você a se compreender. Alguém que pode te ajudar a transformar o seu jeito de ser, a mudar e a se conhecer profundamente. É uma travessia que pode mudar profundamente a sua vida.

 

Por Artur Scarpato

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SCARPATO, Artur. "Psicologia Clínica & Psicoterapia"; Disponível em: <<http://psicoterapia.psc.br/mais/psicoterapia/introducao-psicoterapia/>> . Acesso em 19 de setembro de 2018.

Psicoerapia Online
Psicoterapia Online

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​O que é atendimento psicológico online?

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Por atendimento psicológico online, entende-se aqueles realizados através de mensagens instantâneas, audioconferência, videoconferência, software de comunicação via internet, chat e e-mail. O atendimento psicológico online cria mecanismos mais fáceis de acesso às pessoas que por algum motivo não conseguem sair de suas casas, seja por dificuldades na locomoção, por estarem em regiões distantes, por motivos de saúde, pessoas com deficiência física, dificuldades que os impossibilitam a continuidade ou início do atendimento presencial.

 

Quem pode realizar a psicoterapia online?

 

A Psicoterapia Online é uma prática que, no Brasil, é permitida aos psicólogos por meio da resolução 11/2018 do Conselho Federal de Psicologia - CFP, que analisa e controla o funcionamento das empresas deste seguimento, garantindo mais segurança e confiança ao cliente. A Psicologia Online se tornou uma das áreas mais inovadoras, e é por isso que tem ganhado tantos adeptos no mundo todo.

 

Quem pode ser atendido pela psicoterapia online?

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Qualquer pessoa pode buscar atendimento psicológico online, porém em alguns casos extremos de transtornos e distúrbios pode ocorrer o encaminhamento para atendimento presencial ou para outro especialista como um psiquiatra.

É importante ressaltar que não é necessário se ter um desequilíbrio emocional e mental para procurar um apoio psicológico. A melhor forma de se evitar problemas provenientes do estresse, por exemplo, ou da ansiedade, é cuidando sempre da saúde mental com um profissional qualificado. Desta forma o atendimento psicológico online é um processo focado e eficiente, em situações nas quais a pessoa precisa de apoio para lidar com problemas emergentes ou pontuais.


Quais os benefícios do atendimento psicológico online?

 

Não é mais necessário o deslocamento do paciente até um consultório de psicologia para receber atendimento, nem é obrigatório que um tratamento seja interrompido por causa da mudança de endereço ou de viagem. Diversas possibilidades surgiram com o desenvolvimento tecnológico, e a consulta com o profissional da área continua totalmente sigilosa e o melhor de tudo: com horários mais flexíveis.

Quando o assunto é conforto, fácil acesso e otimização do tempo, podemos perceber a diferença nesse atendimento. As vantagens são inúmeras, entre as mais citadas por pessoas que já foram ou são atendidas por via deste método estão:

 

  • Privacidade: você não se expõe nas salas de espera de consultórios;

  • Anonimato: maior sigilo por não haver o deslocamento do paciente ao consultório;

  • Maior facilidade para se expressar por estar em um local da sua preferência;

  • Não há custo de deslocamento até o consultório;

  • Evita o estresse de trânsito, do trajeto no geral até o consultório – principalmente em cidades grandes;

  • Maior disponibilidade e flexibilidade de horário do profissional;

  • O cliente pode viajar, mudar de cidade ou até de país sem se preocupar em ter que encontrar outro psicólogo para ser atendido;

  • Pessoas com limitações físicas, podem ser atendidas de onde estiverem;

  • Diminui a barreira da distância;

  • O profissional não precisa ser da sua cidade para atendê-lo.​

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Como são tratadas as questões legais e éticas da psicoterapia online?

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A Psicoterapia Online deve seguir as mesmas normas do código de ética profissional para atendimento presencial, como confidencialidade, disponibilidade em caso de emergência, intervenção em situações em que o paciente apresenta risco a si próprio ou a outros, e cumprimento da legislação local quanto à licença para atuar. Deve haver também por parte do profissional, informações claras sobre: formas de pagamentos do serviço, duração das sessões, segurança e privacidade da Internet, limitações da terapia pela Internet e dos requisitos tecnológicos necessários para a participação online. O paciente deve ser alertado dos termos e condições de atendimento, de seus direitos e responsabilidades, bem como dos riscos e benefícios da intervenção.

Qual a efetividade do atendimento psicológico online?

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Pesquisas realizadas já algum tempo em outros países e mais recentemente no Brasil (Pieta & Gomes, 2014), avaliaram a eficiência da psicoterapia via Internet. Pacientes que realizaram tratamento via Internet, obtiveram resultados semelhantes aos que fizeram psicoterapia presencial. No Brasil, essa prática somente é permitida pelo Conselho Federal de Psicologia – CRP. A resolução do CFP nº 11/2012, só permitia orientação psicológica até 20 sessões se associada à pesquisa. A partir da resolução do CFP nº 11/2018, o Conselho permite a psicoterapia pela Internet (que é diferente de orientação psicológica pela Internet), com quantidade de sessões ilimitadas.

Há entre as duas modalidades, psicoterapia pela Internet e presencial, aspectos comuns e diferenciados que requer nossa atenção, por exemplo a relação terapêutica, estudos reconhecem que a relação terapêutica está relacionada ao resultado do tratamento. Neste aspecto, os “resultados apontaram para similaridade entre a relação terapêutica online e a presencial” (Pieta & Gomes, 2014 p. 51).

A psicoterapia pela Internet não veio para substituir a psicoterapia presencial, mas permitir ao paciente que por alguma razão particular não possa fazer um tratamento presencial, usufruir dessa possibilidade que a tecnologia oferece sem perder a qualidade da consulta e garantia do seu bem-estar.

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